terça-feira, 4 de março de 2014

Paco de Lucía in memoriam

 
 
 
 
"O mestre do Violão flamenco
Era como um carinho suave, mas um dedilhado preciso, que Paco de Lucía executava em seu violão. Do instrumento saía um ritimo de flamenco que encatava plateias em qualquer lugar do mundo. Não é para menos que ficou conhecido como um dos maiores violistas do planeta.
Nasceu Franciso Sánchez Gómez em 21 de dezembro de 1947, na Espanha. O apelido carinhoso que carregou por toda a vida ganhou ainda na infância - "Paco de Lucía", sua mãe.
Adulto, ao lado de Camarón de la Isla, foi responsável por modernizar e popularizar mundialmene a música flamenca tradicional, combinando-a com o jazz e outros gêneros como a bossa-nova brasileira e a música erudita. Entre outros reconhecimentos, foi contemplado com um grammy para o melhor álbum de flamenco em 2004.
Sua última passagem pelo Brasil ocorreu em novembro passado, quando realizou uma turnê por Rio de Janeiro, Porto Alere e São Paulo. Morreu no México aos 66 anos, na quarta-feira 26, vítima de um infarto."
 
 
Isto é, 2310, 5/3/2014.




https://twitter.com/IrenildaLopes


 

sábado, 3 de agosto de 2013

Concierto Aranjuez - Adagio


CONCERTO DE ARANJUEZ

O Concerto de Aranjuez é uma
composição musical para guitarra e orquestra do compositor espanhol
Joaquin Rodrigo.

Escrito no início de 1939 em Paris,
longe da atmosfera tensa da última fase da Guerra Civil na Espanha e o presságio
da Segunda Guerra Mundial, sua estreia foi em 9 de novembro de 1940 e o solista foi o guitarrista Regino Sainz de la Maza, companhado pela Orquestra Filarmônica de Barcelona, dirigida por César Mensoza Lasalle, no "Palau de la Musica Catalana", em Barcelona, sendo o primeiro concerto de guitarra e orquestra da História da Música.

Este concerto é dividido em três movimentos: Allegro con spirito, Adagio e Allegro gentile.
O segundo movimento - Adagio, o mais conhecido dos três - é marcado pelo seu ritmo lento e melodia calma, com um acompanhamento suave de guitarra e cordas. Apesar de uma sensação de calma que permeia a peça, desde o começo acordes são adicionados gradualmente à melodia e um trinado da guitarra e cordas cria as primeiras sementes de tensão, que vão crescendo com o acompanhamento dos instrumentos de sopro, mas gradualmente relaxando para a melodia com arpejos de calma da guitarra.
Inspiração
 
O Concerto de Aranjuez foi composto para descrever os jardins do Palácio Real de Aranjuez, a residência do Rei Felipe II na primavera na segunda metade do século XVI, e mais tarde reconstruído em meados do século XVIII por Fernando VI.

Segundo o compositor, o segundo movimento "representa um diálogo entre a guitarra e instrumentos de solo (corne inglês, fagote, oboé, trompa)." Ele descreve o concerto como a captura "da fragrância das magnólias, cantos dos pássaros e um fluxo de fontes" dos jardins de Aranjuez.


 
 
 
 
Paco de Lucia

 Paco é o mais novo de cinco irmãos, filhos do também guitarrista de flamenco
Antonio Sánchez.

Em Algeciras,e de uma forma geral na maior parte da Andaluzia, os rapazes costumam adotar o nome da mãe, como por exemplo "Paco de (la) Carmen," ou "Paco de (la) María," deste modo, o seu nome artístico foi adotado em honra de sua mãe Luzia, de origem portuguesa, que por sua vez adotou o nome de Lucia Gomes. Foi com seu pai e seu irmão Ramón que aprendeu a tocar guitarra. Em 1991 gravou Concerto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo, com a
Orquestra de Cadaqués.

 O autor, presente nas gravações, teria dito que nunca ninguém tinha tocado a sua peça com tanta paixão e intensidade como
Paco de Lucia.

 

 
Joaquin Rodrigo

Joaquim Rodrigo Vidre (22 de novembro de 1901 - 6 de julho de 1999) foi um compositor e pianista espanhol. Apesar de ser cego desde a mais tenra idade, Rodrigo atingiu grande sucesso e é considerado como um dos compositores que mais popularizou a guitarra na música clássica do século XX, e seu Concerto de Aranjuez é um dos pináculos da música espanhola.
 
 
 
 
 
 
 
Fontes:
http://es.wikipedia.org/wiki/Concierto_de_Aranjuez
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paco_de_Luc%C3%ADa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaqu%C3%ADn_Rodrigo



Pesquisa, tradução de texto e formatação: Ida Aranha



 

terça-feira, 11 de junho de 2013

A música do Século XX



Maurice RAVEL
Alguns já devem ter se perguntado se a nossa música moderna se distingue fundamentalmente da música moderna das outras épocas. Sabe-se que a música moderna, na verdade,  se impõe dificilmente em todas as épocas e que os conservadores profissionais, com seu grande público contemporâneo, a definem como incoerente, dissonante, de alarido...
 Também o medo de ser assimilado aos fósseis que condenaram MONTEVERDI, WAGNER ou DEBUSSY incita os literatos a considerar qualquer estética nova como o classicismo de amanhã. Consideram a história como sempre recorrente e não se acham ingênuos para cair no ridículo dos críticos do passado. Qualquer criador que se distinga dos contemporâneos será reconhecido como um precursor.
 


CONTESTAÇÃO  e  DIVERSIDADE

Ora, a música do século XX é diferente da música mderna das outras épocas! Não considerar essa premissa só faz com que se acentue ainda mais sua singularidade... Há na história, desde DEBUSSY, uma contestação geral do sistema e das regras acadêmicas: principio das relações tonais, desenvolvimento temático, formas tadicionais. Aos músicos desta época parece que a imitação dos modelos, sobre a qual se baseava o ensino, é estéril. Para DEBUSSY*: "parecia que, deste Beethoven, a prova da inutilidade da sinfonia estava feita." Em outras palavras, BEETHOVEN, que aliás DEBUSSY admirava, mostrou a inutilidade dos quadros tradicionias, ultrapassando-os: ensina a não imitar os modelos.

Contudo, no século XX, a contestação dos modelos tornou-se tão grande e profunda que a assimilação de novas estéticas e técnicas implicou completa ruptura. O ensino, fundamentado na experiências, obriga-se a ser tradicional - "disciplinas". O caráter conservador dos conservatórios é antes uma evidência.
Com efeito, trata-se de uma instituição destinada a conservar um sistema musical, suposto em estado perfeito, e a transmiti-lo pelo ensino. Do mesmo modo, o ensino da música no século XX nunca corresponderá à realidade musical contemporânea. Os aprendizes compositores aprenderiam regras que talvez não fossem utilizar e, assim, seriam mal preparados para sua atividade na música e na sociedade.
Debussy al piano. Tras él, el compositor Ernest Chausson, 1893
Aliás, poderia ser de outra maneira? Nas outras épocas, era possível definir uma "linguagem" musical comum aos grandes compositores de uma ou várias gerações. Os mais audaciosos transformavam, periodicamente, este meio em proveito das gerações seguintes. Desde o início do século XX, pelo contrário, existem ao mesmo tempo técnicas ou mesmo sistemas musicais inconciliáveis, incompatíveis, irredutíveis entre si: sistema tonal "enriquecido", politonalidade, dodecafonismo serial, músicas em quarto de tom (ou outras frações de tom), sistema modal alargado, música electroacústica, músicas aleatórias ou probabilísticas, jazz, música decorativa ou de grande consumo (sistema tonal empobrecido), etc.
 
Esta diversidade não teve equivalente na história. Se põe difíceis problemas insolúveis à prática musical. Certas técnicas tornam a música inexequível, não somente pelos amadores, mas também pelos profissionais não especializados. A música de hoje permite imaginar reuniões improvizadas de música de conjunto, como MOZART organizava para fazer ouvir a HAYDN os quartetos que lhe dedicava... Ou MENDELSSOHN para decifrar novos lieder de SCHUMANN, acompanhado por CLARA.  
 
Incontestavelmente, a música moderna do século XX apresenta traços característicos sem precedentes: diversidade das tendências, pôr em questão princípios fundamentais, incomunicabilidade imediata, desacordo do ensino, extraordinários meios de difusão cujo controle permite orientar a cultura coletiva e agir na história por uma seleção arbitrária....
 
A falta de uma grande idéia diretiva comum, a procura de uma técnica individual de composição toma, nos nossos dias, uma importância fora do comum, traduzindo ao mesmo tempo o isolamento do artista na sociedade e uma tomada de consciência do seu papel histórico. Na incerteza do destino individual, o artista tenta escapar ao destino de classe por uma busca de originalidade estética.
 
Mas como a crítica histórica moderna lhe faz parecer que a história tem um sentido, procura advinhar o lugar que lhe reserva: é preciso que a sua originalidade se exprima por uma modernidade profética, que possa ser o classicismo de amanhã.

[*] Claude-Achille Debussy (Saint-Germain-en-Laye, França, 22 de agosto de 1862 - Paris, 25 de março de 1918) fue un compositor francês y una figura central na música européia do final do século XIX e comienzos del siglo xx, junto a Maurice Ravel, una de las figuras más prominentes da música impressionista, aunque al propio compositor no le gustaba este término cuando se aplicaba a sus composiciones. Fue nombrado Caballero de la Legión de Honor en 1903.